A conta de António França “Ndalu” foi esvaziada por um grupo que burlou outras três pessoas com a ajuda do gerente do BIC na Maia. Esquema foi desmantelado em janeiro de 2019 pela PJ.
António França “Ndalu” foi burlado em cerca de 110 mil euros por um grupo de origem angolana que conseguiu limpar a sua conta no banco BIC com a ajuda de um gerente da Maia. Segundo avança o Jornal de Notícias na edição desta sexta-feira, o ex-ministro da Defesa de José Eduardo dos Santos não chegou a apresentar queixa, porque, meses depois, o dinheiro foi reposto.
O golpe foi dado em finais de 2016. A 9 de dezembro desse ano, um dos burlões, que tinha tido acesso a toda a informação bancária do general angolano, que chegou a jogar no Sporting no final dos anos 50, levantou da sua conta 2.500 euros. Três dias depois, regressou ao BIC da Boavista, no Porto, onde o levantamento tinha sido feito, e levou consigo mais 6 mil euros, fazendo ainda uma transferência de 48.800 euros para uma conta que controlava. Passados nove dias, voltou a repetir as mesmas operações, desviando outros 54.800 euros.
Além de “Ndalu”, cujas contas chegaram, de acordo com o Jornal de Notícias, a ser geridas por Nuno Ribeiro da Cunha, o gestor de Isabel dos Santos, foram burlados outros três clientes importantes do BIC pelo grupo composto por sete homens e uma mulher, com idades compreendidas entre os 29 e os 54 anos, num total de cerca de 160 mil euros. No esquema, montado com a ajuda do gerente da agência do BIC na Maia, usavam passaportes falsos para se fazerem passar por empresários angolanos de relevo. As informações bancárias das vítimas eram fornecidas pelo funcionário do banco, que foi suspenso em 2017 depois de o BIC detetar ilegalidades.
O ex-gerente do BIC encontra-se atualmente em prisão domiciliária e três dos seus cúmplices em prisão preventiva.
António França “Ndalu”, de 81 anos, foi ministro da Defesa e conselheiro especial de José Eduardo dos Santos. Estudou em Portugal, tendo chegado a jogar no Sporting, entre 1958 e 1960. Mais recentemente, o general foi membro Conselho de Administração da De Beers, uma empresa ligada à indústria de diamantes, entre 2005 e 2010, segundo o Jornal de Notícias.
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