Paula Teixeira, residente em Águas Santas, Maia, está revoltada por não ter conseguido cumprir o último desejo deixado pela mãe, que era ser enterrada num jazigo da família. Segundo a queixosa, o presidente da junta “impôs” que o corpo fosse cremado, já que a idosa morreu de Covid-19.
“A minha família é proprietária de um jazigo no cemitério de Águas Santas, onde era o desejo da minha mãe ser enterrada junto do meu pai e dos meus avós. Desejo esse que nos foi negado pelo presidente da Junta de freguesia, que me obrigou a cremar a minha mãe”, contou ao JN Paula Teixeira.
De acordo com a queixosa, o autarca, Miguel Santos, alegou que “estaria a seguir uma recomendação da Direção Geral de Saúde (DGS) e que a única forma do corpo entrar no cemitério era ser cremado”.
Paula acabou por acatar a “imposição”, mas ficou ainda mais indignada quando, depois de consultar as recomendações da DGS se apercebeu que “a cremação não era uma obrigatoriedade, mas apenas uma recomendação”.
“Já não basta a violência de não nos despedirmos dos nossos familiares, e ainda vou viver com a culpa de não ter cumprido o último desejo da minha mãe”, desabafou, a chorar.
Contactado pelo JN, o presidente da Junta de Águas Santas explicou que decidiu “seguir a recomendação da DGS, uma vez que a Junta não tem competência para proibir”.
E acrescentou: “Quando a agência funerária a contactou, a senhora admitiu que não ficou agradada com a opção, mas aceitou-a. Inclusive, quando chegou à fala comigo, a mãe já tinha sido cremada”.
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