Administração Regional de Saúde do Norte afirma que desconhece o porquê de a região Norte de Portugal registar maior incidência de casos confirmados, mas garante que está a trabalhar nessa “matéria”.
A Administração Regional de Saúde do Norte disse esta quinta-feira desconhecer o porquê de a região Norte de Portugal registar maior incidência de casos confirmados positivos para Covid-19, mas adianta que as autoridades de saúde e investigadores estão a trabalhar nessa “matéria”.
“É uma matéria que está a ser trabalhada pelas autoridades de Saúde, pelos investigadores e que, a seu tempo, deverá ser comunicado, mas de uma forma clara e cabal e com a solidez que se exige numa situação destas”, declarou esta manhã Ponciano Oliveira, vogal do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte).
À margem de uma visita às instalações do novo Centro de Acolhimento Covid Positivo, localizado no Hotel Premium do concelho da Maia, distrito do Porto, Pociano Oliveira escusou-se, contudo, a adiantar aos jornalistas as hipóteses que estão em estudo pelas autoridades de saúde e pelos investigadores científicos sobre essa maior incidência de casos confirmados positivos para Covid-19 na região Norte.
“Estar aqui a adiantar causas para essa situação seria um mero exercício especulativo ainda sem grande solidez científica e que não teria grande utilidade para a informação que se passa. (…) O tema que nós estamos aqui a abordar é demasiado delicado para estarmos publicamente a falar das hipóteses que poderiam ou que poderão explicar [o porquê de haver mais infetados com covid-19 no Norte de Portugal]”, declarou aos jornalistas.
Apesar de afirmar que a “região Norte é onde se tem sentido o maior efeito da pandemia”, designadamente no concelho da Maia, o vogal da ARS Norte refere que “não existem grandes certezas relativamente à forma como se expande este vírus e esta epidemia”.
“Todos nós sabemos que aquilo que hoje for dito é dito ainda com pouco grau de certeza. Estar aqui a adiantar causas para essa situação seria um mero exercício especulativo ainda sem grande solidez científica e que não teria grande utilidade para a informação que se passa”, concluiu Ponciano Oliveira.
As novas instalações do Centro de Acolhimento Covid Positivo da Maia tinham ao dia desta quinta-feira quatro doentes alojados na unidade hoteleira a serem tratados por uma equipa multidisciplinar.
Questionado sobre quais os utentes que poderiam ser tratados no Centro de Acolhimento Covid Positivo, com capacidade para 80 pessoas, Ponciano Oliveira afirmou que quem define essa organização são, numa primeira linha, as autoridades municipais.
“A organização neste tipo de respostas cabe numa primeira linha às autoridades municipais. O sistema está montado para sempre que forem necessários os equipamentos municipais para o efeito das altas hospitalares ou até de garantir condições de isolamento às pessoas que não a possuam essa lógica é organizada em termos municipais”, explicou
O vogal da ARS Norte acrescentou, todavia, que sempre que não exista a capacidade num determinado município da existência de um hotel especial com capacidade para receber doentes com alta hospitalar, a decisão pode “subir ao Comando Distrital de Proteção Civil e, nessa ótica, haver monitorização supra concelhia dos equipamentos que existam em cada concelho”.
A nível global, a Covid-19 já provocou mais de 133 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 436 mil doentes foram considerados curados.
Portugal regista hoje 629 mortos associados à Covid-19, mais 30 do que na quarta-feira, e 18.841 infetados (mais 750), 493 recuperados, 154 727 suspeitos e 3.910 a aguardar resultados dos testes, indica o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.