A Câmara da Maia considerou esta quinta-feira que “agora é a vez” deste concelho na rede de Metro do Porto, reivindicando a extensão da linha do Hospital S. João, mas sem esquecer “a obrigação do Estado para com a Trofa”.
“A Maia quer que a Linha Amarela seja ampliada desde o Hospital S. João [no Porto] até à cidade da Maia. É um projeto que está desde a primeira hora da vida do metro do Porto nos planos da sua expansão e foi até vertida na lei que criou o sistema e ainda está em vigor”, referiu esta quinta-feira o presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, em declarações à agência Lusa.
O autarca considerou “essencial a expansão da oferta, até para a sustentabilidade e lógica de serviço ao público da rede”, frisando: “Agora é a vez da Maia”.
Atualmente a Linha Amarela, ou Linha D, do metro do Porto está construída entre as estações Hospital S. João, no Porto e Santo Ovídeo, em Vila Nova de Gaia, estando em fase de concurso a extensão até Vila D’Este, um procedimento que segue tramites a par da nova Linha Rosa entre S. Bento e Casa da Música, no Porto.
Na terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, estiveram no Porto para assinalar a aquisição de 18 novas viaturas para o Metro do Porto, as primeiras a receber em 2021, não tendo sido avançados investimentos futuros.
Esta quinta-feira, em resposta à agência Lusa, o Ministério do Ambiente e Ação Climática revelou que a Metro do Porto está a estudar uma solução para o corredor ferroviário da Trofa, sublinhando ser da área metropolitana a decisão sobre futuros investimentos na expansão da rede.
“Tal como foi afirmado no parlamento, foram dadas indicações à empresa Metro do Porto para a realização de um estudo para o antigo corredor ferroviário da Trofa, que contemple a sua reabilitação física e a eventual instalação de um modo de transporte coletivo”, lia-se na resposta escrita enviada à Lusa.
Esta resposta surgiu um dia depois de o presidente da Câmara da Trofa, Sérgio Humberto, ter pedido a “saída” de Matos Fernandes e voltado a exigir a Linha da Trofa, uma reivindicação antiga que também a Câmara da Maia tem vindo a acompanhar historicamente.
A 27 de janeiro de 2017, o então presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, considerou que a construção da linha da Trofa “tem de ser feita” no âmbito da extensão da rede do Metro do Porto, por se tratar de “uma questão de justiça”.
“Tem que haver solidariedade, ética e justiça. Temos um Governo da República de Portugal, devemos ser todos tratados por igual”, disse Bragança Fernandes quando participava numa reunião do Conselho Metropolitano do Porto.