A centenária dona da Nacional e Milaneza foi comprada por Carlos Moreira da Silva e pela família Silva Domingues, que repartem o controlo da BA Glass. O Negócios tinha noticiado as negociações em curso em fevereiro passado.

O grupo Cerealis, que detém as marcas Nacional e Milaneza, foi comprado por Carlos Moreira da Silva e pela família Silva Domingues, que repartem em partes iguais o controlo da BA Glass, avança esta quinta-feira o Público. O Negócios tinha avançado em fevereiro que Carlos Moreira da Silva, o 19.º mais rico de Portugal, se encontrava a negociar a aquisição do grupo centenário.

O valor da transação não foi revelado, refere o jornal, tendo Carlos Moreira da Silva dito ao Público que a compra teve por base “o valor da empresa, com um balanço forte, e a possibilidade de crescimento do negócio no mercado internacional, onde já estava presente, mas onde é possível crescer ainda mais”.

A liderar a Cerealis irá manter-se o atual CEO, Rui Amorim de Sousa, indica ainda o jornal.

A Cerealis, que fechou 2019 com uma faturação de 210 milhões de euros e emprega cerca de 700 pessoas, está sediada na Maia e tem também instalações industriais na Trofa, Porto, Coimbra e Lisboa. E detém uma participação de 33,33% na Europasta, empresa de massas alimentícias na República Checa.

Em comunicado, a Cerealis indica que a aquisição é realizada através das sociedades Teak e Tangor, “empresas de investimento dos novos acionistas, mantendo-se 100% nacional”. A operação, refere ainda, está ainda pendente de autorização pela Autoridade da Concorrência.

“Estamos satisfeitos com o acordo a que chegámos com os acionistas e convencidos que a Cerealis, mantendo os critérios de excelência e de inovação reconhecidos pelos consumidores portugueses, poderá iniciar uma nova fase de crescimento, diversificação e internacionalização, apostando para isso no desenvolvimento dos seus colaboradores”, considera Carlos Moreira da Silva, citado no comunicado.

Carlos Moreira da Silva tem como joia empresarial metade do capital da BA Glass, que produz por ano mais de oito mil milhões de garrafas de 11 cores numa dúzia de fábricas, localizadas em sete países.

Sediada em Avintes, Gaia, a BA Glass, que emprega cerca de 3.800 trabalhadores, fechou o ano de 2019 com uma faturação de 923 milhões de euros e lucros de 148 milhões de euros.

Entre outros interesses, Carlos Moreira da Silva é sócio de António Pires de Lima e de Sérgio Monteiro, que estiveram no Governo com Passos Coelho, na “private equity” Horizon.

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