A GNR encontrou “indícios da prática de crime” no atropelamento que provocou a morte de Hugo Ramos, um jovem de 25 anos que assistia a uma corrida ilegal na madrugada de sábado, no túnel da EN 105-2, junto ao aeródromo de Vilar de Luz, na Maia, e o caso foi participado ao Ministério Público.
“Foram recolhidas outras informações, que nos levam a participar a tribunal”, disse ao JN o oficial de Relações Públicas do Comando do Porto da GNR, capitão Rui Ferreira, sem contudo adiantar a tipificação do crime reportado. No entanto, no dia da ocorrência, o oficial esclarecera que o atropelamento foi apenas tratado como “um acidente de viação”, e não como consequência de um evento com carros a alta velocidade que decorria naquela zona, já que – afirmou – “não havia nada que apontasse para uma corrida ilegal”
O túnel do aeródromo é, porém, uma das zonas referenciadas pelas autoridades por ser palco frequente de corridas de automóveis, e, por isso mesmo, já tinham sido destacados militares para a zona, “cerca das 21 horas” de sexta-feira, indicou, então, o capitão Rui Ferreira, referindo que “a patrulha abandonou o local por volta da meia-noite, para dar apoio numa ocorrência”.
Hugo Ramos foi brutalmente atropelado pouco após as 00.30 horas, no interior do túnel, por um Seat Ibiza branco que circulava a grande velocidade e que projetou o jovem vários metros, para o exterior. O momento foi captado por um dos vários jovens que assistiam ao evento e filmavam os carros, sendo evidente, nas imagens publicadas nas redes sociais, que ali decorria uma corrida, o que acabou por ser reportado ao Ministério Público (MP).
O condutor do Seat, um homem de 32 anos, “foi identificado, na altura, no âmbito de um acidente de viação” – esclareceu o oficial da GNR -, sendo agora constituído arguido na sequência do processo-crime.
A GNR garante que continuará a patrulhar a zona do aeródromo de Vilar de Luz, bem como outras onde é habitual haver corridas ilegais. “É uma das áreas que temos referenciadas como problemáticas”, confirmou o capitão Rui Ferreira, adiantando que “o patrulhamento é direcionado de acordo com informações policiais recolhidas” sobre os eventos ilegais.
Consultar artigo original aqui