Hotel de quatro estrelas tem 85 quartos e vai receber população em geral ou idosos encaminhados por lares da cidade

O novo centro de acolhimento para doentes com covid-19, instalado num hotel da Maia, já abriu com quatro pacientes e tem o objectivo de servir a população e os lares da cidade. A Câmara da Maia concluiu a transformação deste hotel de quatro estrelas num centro de acolhimento esta semana e pretende que ele alivie a pressão existente no Hospital de São João. 

“Acho que é uma resposta muito virtuosa e muito original em Portugal”, apontou o autarca António Silva Tiago, durante uma visita às novas instalações com autoridades locais, sublinhando ainda a “privacidade” e o “conforto” existente numa “unidade hoteleira de quatro estrelas”. O projecto é uma parceria com a Administração Regional de Saúde Norte (ARS-N) e com o Centro Regional da Segurança Social e tem uma equipa multidisciplinar pronta a trabalhar. 

No concelho da Maia realizaram-se desde 25 de Março 3400 testes, 1000 deles em lares de idosos, avança fonte da autarquia liderada pelo PSD. A ajuda a todos os centros de acolhimento dos mais velhos está garantida, diz o autarca: “Estamos aqui para os ajudar e para instalar confortavelmente os idosos, uma vez que sabemos que, em muitas situações, a retaguarda, quer familiar, quer institucional, não lhe permite este conforto, esta privacidade e este isolamento que este vírus exige”, esclareceu.

A capacidade do Hotel Premium é de 85 quartos e neste momento recebe já quatro utentes. “Infelizmente vão aparecer mais”, prevê o autarca social-democrata, antevendo uma “resposta eficaz”. No terreno, vai estar uma “equipa multidisciplinar” de médicos, enfermeiros, geriatras, psicólogos e pessoal auxiliar, organizada em parceria com a ARS-N, a Segurança Social, o Centro Hospitalar Universitário de São João e a Universidade do Porto.

O hotel vai estar disponível pelo menos até final de Maio, mas o período para acolher doentes poderá prolongar-se, acrescentou o autarca. A Câmara da Maia vai assumir os custos da parte operacional, designadamente a higienização e toda a parte logística do hotel, e os parceiros estarão responsáveis pela parte da equipa multidisciplinar.

Perante a possibilidade de algumas unidades hoteleiras virem a ser usadas para receber doentes covid-19, anunciada pelo primeiro-ministro António Costa, a Associação da Hotelaria de Portugal já tinha dito não se opor, sublinhando, no entanto, que a resposta deveria ser totalmente feita por profissionais de saúde e não com meios dos próprios hotéis. Algumas unidades estão também a receber profissionais de saúde que, nestes dias, preferem não arriscar voltar a casa, evitando riscos de contágio dos familiares. 

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