A Direção-Geral da Saúde contabilizou, até à meia-noite de sábado, um total de 5962 casos confirmados de Covid-19 em todo o país (+15,3% que no dia anterior), dos quais 2189 (+36,5%) se localizam nos concelhos da Área Metropolitana do Porto.

O número de mortes subiu de 100 para 119. A Maia é o terceiro concelho do país com mais casos por 10 mil habitantes (21,49), calculou a Associação Portuguesa de Geógrafos (APG). O peso dos casos da Área Metropolitana do Porto (AMP) no total nacional subiu de 31% para quase 37%, de um dia para o outro.

Os concelhos com maior variação no número de casos positivos na AMP são S. João da Madeira e Trofa, onde mais do que triplicaram entre quinta-feira e sábado, ainda que se mantenham abaixo das três dezenas. Gondomar – com um aumento de 58% entre sexta-feira e sábado – tem agora 242 casos. Preocupante é também a situação de Valongo, que tem 184 casos, correspondendo a tantos por dez mil habitantes como o Porto (cerca de 19), que tem 417 doentes.

A sul, a capital registou também um aumento de 228 casos, mais 62%, entre sexta-feira e sábado, correspondendo a um total de 594 infetados. Contudo, na proporção de infetados por cada dez mil habitantes, Lisboa tem apenas 11,71 pacientes de Covid-19.

Morte de adolescente

Ovar, com 29,38 casos por dez mil habitantes, e Resende, com 25,39 doentes por dez mil habitantes, dominam o ranking calculado pela APG. No concelho vareiro, registou-se ontem a morte de um adolescente de 14 anos, que era portador de outras doenças e cuja situação vais ser investigada, assegurou Graça Freitas, diretora-geral da Saúde.

Meses e não semanas

Em relação à evolução do número de infetados, Graça Freitas manteve a estimativa do pico (ou do planalto) da doença em Portugal no final de maio, podendo registar-se “um bocadinho antes ou um bocadinho depois”, sendo certo que “isto não é para durar uma quinzena, não é coisa de dois ou três meses” e que “até haver vacina, vai durar meses”.

Enquanto durar, explicou a ministra da Saúde, os lares terão de “criar uma nova organização do trabalho”, nomeadamente com a designação de equipas diferenciadas, e sem contacto entre si, para prestar serviço em diferentes alas dos lares, de forma a evitar contágios, monitorizando diariamente a febre e outros sintomas e fazendo um “esforço acrescido” de higienização.

O número de pacientes internados nas unidades de Cuidados Intensivos aumentou 55%, entre a meia noite de sexta-feira e a mesma hora de sábado, subindo de 89 para 138 pessoas (35 no S. João). A percentagem de doentes em internamento domiciliário manteve-se em 89% e os óbitos subiram 19%, de cem para 119. A ministra da Saúde tinha referido, anteontem, que poderiam chegar mais casos graves aos hospitais devido ao encerramento dos centros de saúde, pelo que essa será agora uma medida a inverter, com novas regras.

Mais não confirmados
Entre sexta-feira e sábado, aumentaram 3926 os casos não confirmados (+17,3), a um ritmo superior ao dos casos novos (+15,3%). Mais 570 pessoas aguardavam resultados (+11,5%), num total de 5508 pessoas que podem ter a Covid-19.

Menos sob vigilância
Diminuíram 10,7% os casos sob vigilância das autoridades de saúde. Entre sexta-feira e sábado, menos 2142 pessoas se situaram naquele patamar onde estão 17785 portugueses, podendo ter passado para os não confirmados ou para os que aguardam resultados.

Recuperados iguais
O número de casos recuperados da Covid-19 mantém-se em 43, desde quarta-feira. A ministra da Saúde explicou que “poderá haver algum atraso na atualização destes casos [por parte das autoridades que reportam], que será feita nos próximos dias”.

Cerca é sempre possível
Marta Temido explicou que a cerca sanitária na AMP pode ser implementada “se for necessário”, dado que “as medidas de saúde pública devem ser proporcionais” e estão “em constante avaliação”.

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