Silva Tiago

O presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, quer que a Área Metropolitana do Porto (AMP) faça uma reunião “urgente” para definir uma “estratégia concertada a 17” de combate ao surto de Covid-19.

“Penso que é fundamental concertar medidas pró-ativas para responder a esta situação de emergência. A câmara municipal já tomou medidas e sei que outros colegas e outros municípios também o fizeram, mas existem muitos eventos que são de caráter metropolitano e arrastam pessoas de vários concelhos. Julgo que devemos definir uma estratégia a 17 municípios”, disse, à agência Lusa, António Silva Tiago.

Já em comunicado, a Câmara da Maia, no distrito do Porto, sugere “uma estratégia unificada intermunicipal de combate à Covid-19” e adianta que, “para tal, irá promover contactos com os demais presidentes de câmara” e vai propor “a realização de uma reunião urgente do Conselho Metropolitano do Porto”.

“Face à emergência da situação, e com a circunstância e responsabilidade de ter no seu território o segundo maior aeroporto do país, a Câmara Municipal da Maia avança já com medidas preventivas de combate à epidemia, suspendendo eventos e encerrando serviços municipais”, continua a nota camarária.

Na Maia foi decidido suspender todos os eventos sociais, desportivos, culturais, recreativos ou de formação promovidos pelo município, bem como adiar ou cancelar todas as atividades que impliquem delegações estrangeiras.

Também consta da lista de medidas divulgada na terça-feira “encerrar ao público todos os serviços municipais, à exceção do Gabinete Municipal de Atendimento”.

Os mercados e feiras municipais também serão encerrados.

“Apenas as atividades desportivas federadas decorrerão, recomendando-se que à porta fechada, enquanto as respetivas federações não decidirem a suspensão da modalidade”, lê-se na nota da autarquia que já suspendeu todas as deslocações internacionais de funcionários e eleitos e garante ter restringido “ao mínimo possível” as deslocações no território nacional.

São outras medidas tomadas pela Câmara da Maia a redução do número de reuniões internas e externas, dando cumprimento ao Plano de Contingência interno, tendo sido ativado o Gabinete de Gestão de Crise do Município que está a “reavaliar em permanência a situação”.

“Todas estas medidas estão em vigor pelo menos até 24 de março, data em que será reavaliada a situação”, lê-se no comunicado da autarquia que pede às entidades sociais, culturais, desportivas, empresariais e outras com atividade no concelho para que “tomem medidas proativas de contenção do surto epidémico, seguindo as recomendações das autoridades de saúde”.

Através destas entidades, a câmara também pede que os pais e encarregados de educação sejam sensibilizados para que mantenham em casa crianças com sintomas como tosse, febre ou dores musculares.

Soma-se a recomendação de encerrar os Centros de Convívio para idosos e restringir o acesso dos utentes em centro de dia, com exceção daqueles que não tenham retaguarda familiar.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4000 mortos.

Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

Portugal regista mais de 41 casos confirmados de infeção.

A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.

Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no norte do país, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.

Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.

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