A Prozis, empresa de nutrição e suplementação desportiva, é acusada de despedir trabalhadores com contratos a termo na unidade da Póvoa de Lanhoso, após atingirem o limite de renovações, contratando outros precários para os mesmos postos de trabalho.
O caso é denunciado pelo site despedimentos.pt, criado pelo Bloco de Esquerda para denunciar abusos das entidades patronais em tempos de pandemia.
De acordo com aquele site, “a administração já despediu cerca de 20 trabalhadores que estão a terminar o terceiro contrato de 6 meses, evitando que se tornem efetivos”.
No entanto, uma vez que “as necessidades são permanentes, está a contratar outros trabalhadores, novamente com contratos a prazo, para desempenhar as mesmas funções”.
O despedimentos.pt realça que, “embora tristemente comum, esta prática é uma clara violação da lei laboral, que estipula que a cessação de contrato de trabalho a termo impede a imediata contratação para o mesmo posto de trabalho”.
Na referida publicação é denunciado que a Prozis já despedira precários também na sua unidade na Maia, no início da pandemia.
“A empresa segue, assim, uma estratégia de precarização, não hesitando em atirar dezenas de trabalhadores e trabalhadoras para o desemprego neste momento crítico para a comunidade, apesar de comunicar que o negócio continua a crescer”, critica a publicação.
José Soeiro, deputado do Bloco de Esquerda, comentou o caso, na sua página de Facebook, escrevendo que “a Prozis apresenta-se como uma empresa jovem e cheia de práticas modernas, mas depois comporta-se reproduzindo as mais velhas táticas de exploração”.
“Despedir precários para contratar outros para o mesmo posto de trabalho é uma ilegalidade e uma javardice laboral”, sublinha o bloquista.
A Prozis é uma empresa portuguesa fundada em 2007 por Miguel Milhão. Tem sede em Esposende e é descrita como uma das maiores lojas de nutrição desportiva da Europa, contando com mais de 800 mil clientes, registados e ativos, distribuídos por mais de cem mercados.
Em 2018, atingiu um volume de negócios de 120 milhões de euros, um valor que, segundo a empresa, continuou a aumentar.
O MINHO enviou um conjunto de questões à Prozis, mas não obteve qualquer resposta.