O estrangulamento da Via Norte é, hoje, um gravíssimo problema com impactos ambientais e económicos difíceis de calcular.
É justo e urgente retirar as portagens na circular rodoviária exterior do Porto (CREP), uma coroa rodoviária que devia ser de utilização livre de pórticos (A41/IC24) para desanuviar o trânsito na Via Norte (EN14/EN13). Convém lembrar que a Via Norte e a própria VCI (A20/IC23), em conjunto com a A28 – entre a VCI e a A41 -, permanecem como as únicas vias com perfil de autoestrada do sistema viário da Área Metropolitana a norte do rio Douro que não são portajadas, o que explica a enorme sobrecarga de trânsito que as entope e aumenta o seu risco de sinistralidade.
É importante ter presente o valor desta via para a economia da região e do país, posto que serve alguns dos concelhos mais exportadores de Portugal, como a Maia e Famalicão, que se posicionam ambos no top 5 das exportações nacionais.
Entendo, igualmente, que a Via Norte, entre a UNICER e a bifurcação com EN13, está subaproveitada, uma vez que a via da direita em direção à Maia apenas dá acesso à EN13, quando poderia ter continuidade para norte, pelo menos até ao nó com a Via Periférica da Cidade da Maia (Maia Sul), facilitando a fluidez do tráfego que se adensa nas horas de ponta.
Lembre-se que a Via Norte constitui também um importante interface viário, que tem conexão com a A4, A3, A41, o IP1 e a N12, além de distribuir trânsito por outras artérias locais, o que lhe confere uma utilização multifuncional.
A realidade atual deste troço da N14, ao qual a única alternativa semelhante é aceitar ser portajado, atenta inequivocamente contra os interesses das empresas, das famílias e dos cidadãos da Maia, do Porto, de Matosinhos e de todos os concelhos a norte do Porto, prejudicando naturalmente a capital do Norte e, no fim de contas, o próprio país.
A Via Norte clama urgentemente por uma decisão política, lógica e justa do poder central que lhe devolva o sentido original da sua utilidade, acabando com as portagens na CREP, para desse modo aliviar a sobrecarga atual.
Consultar artigo original aqui