A Megasa, que controla a Siderurgia Nacional no Seixal e na Maia, suspendeu a atividade das suas duas fábricas em Portugal devido ao “agravamento da crise energética provocada pela guerra e o consequente aumento radical dos preços de eletricidade e de gás natural”.
Na cerimónia de inauguração da Siderurgia Nacional (SN), no Seixal, a 24 de agosto de 1961, o então ministro da Economia, Ferreira Dias, disse com orgulho: “País sem siderurgia não é um país, é uma horta.”
Na sequência do 11 de março de 1975, a SN foi nacionalizada, tendo sido reprivatizada em 1994.
Esta sexta-feira, 11 de março, o dono espanhol da SN anunciou que “o agravamento da crise energética provocada pela guerra e o consequente aumento radical dos preços de eletricidade e de gás natural levaram a Megasa a suspender atividade nas fábricas do Seixal e da Maia”.
Em causa estão “700 empregos diretos, 3.500 indiretos e uma exportação equivalente a 1.000 milhões de euros anuais”.
A Megasa adianta que a paragem “afeta a totalidade da atividade produtiva na Maia e a produção de aço no Seixal, sendo que nesta fábrica mantém-se a atividade de laminagem, utilizando o stock ainda existente”.
A paragem ocorreu no passado dia 5, diz a empresa, alegando que “o contexto internacional” tornou “economicamente inviável a produção das duas unidades”.
“Cenário idêntico vive grande parte da indústria eletrointensiva em Espanha”, sublinhou.
A Megasa afirma que já propôs ao primeiro-ministro “a adoção de medidas extraordinárias na contratação de energia, nomeadamente através da colocação de energia adquirida pelo Comercializador de Último Recurso (CUR) a produtores em regime especial (PRE) aos consumidores eletrointensivos”.
“Com o apoio das instituições nacionais e europeias e recorrendo a mecanismos como o proposto”, a companhia considera “ser possível manter a sua atividade”, enfatizando que “tem vindo a manter informados os representantes dos trabalhadores, autarquias e entidades governamentais da gravidade da situação e ações tomadas”.
Pelas mesmas razões, a Megasa interrompeu, a 4 de março, a produção da sua fábrica de Narón, na Corunha, onde o grupo está sediado.
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